sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mala Branca, cheirando a Pizza

O que podemos dizer da acusação, por parte dos jogadores do Grêmio Barueri, quanto a suposta "Mala Branca" oferecida pelo Cruzeiro. Para quem não sabe a "Mala Branca" é um incentivo financeiro, oferecido por um terceiro time, a outro para que este vença um jogo em especial. O caso da "mala Branca" do Barueri surgiu após a vitória sobre o Flamengo por 2 a 0. Dois jogadores do time paulista disseram nas entrevistas pós-jogo que teriam sido contatados por integrantes da diretoria celeste. O objetivo seria oferecer uma certa quantia em troca de uma vitória sobre o Flamengo.
No dia seguinte(ontem, 29/10/2009) um dos jogadores envolvidos começou a mudar sua versão do acontecido, dizendo que não havia confirmação e que poderia ser apenas um boato que surgiu durante os treinamentos.
O STJD ainda não tomou nenhuma decisão concreta quanto ao ocorrido, apenas cogitou intimar os jogadores do Barueri para explicar a história. O Cruzeiro desde o primeiro momento vem dizendo que é contra este tipo de prática e quer esclarecimentos. O Flamengo se sente lesado e também quer explicações.
O que podemos concluir e que se nada de concreto for apresentado nos próximos dias nada vai acontecer e esta será apenas mais uma polêmica sem solução no futebol brasileiro.

Convocação


Mais uma vez a diretoria celeste convoca a torcida para comparecer em peso ao gigante da Pampulha. Veja o recado passado pelo site oficial do clube.



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A Constelação do Cruzeiro: Dirceu Lopes


"O maior jogador do Mundo" - afirmação sobre Dirceu Lopes, feita por Garrincha, ponta-direita do Botafogo, Campeão Mundial com a Seleção em 1958/1962.

Ao lado de Tostão, talvez seja o melhor jogador da história do Cruzeiro. Um atleta de classe e categoria inigualáveis dentre os que desfilaram nos gramados de Minas Gerais.
Jogador proveninente das categorias de base do Cruzeiro, Dirceu Lopes despontou entre os juvenis, e estreou como titular contra o Galo no Campeonato Mineiro de 1964, no empate por 1x1. Foi a primeira vez que atuou ao lado de seu maior parceiro em campo: Tostão.
Após este clássico, Dirceu não saiu mais do time. Era muito habilidoso e velocíssimo, sua marca eram as arrancadas do meio campo com a bola sob seu domínio até a área adversária, descrevendo dribles indescritíveis sobre os adversários. Dirceu tinha a frieza dos goleadores e visão de jogo inerente aos antigos meias-de-armação. Além disso, uniu habilidade e velocidade, e assim passou a ser chamado de o "Príncipe da bola".
Apesar de baixinho - Piazza só o chama assim, Baixinho-os beques grandalhões não eram capazes de contê-lo. Dono de velocidade espantosa, pensava na frente de todos e executava as jogadas como um relâmpago. Um dos grandes admiradores do seu futebol foi o Rei Pelé, foi ele também quem pediu sua convocação para a Seleção Brasileira, aos 20 anos.
Dirceu formou com Tostão e Piazza maior tripé do Cruzeiro. Nunca houve um meio-campo tão eficiente como este do futebol mineiro, em qualquer época. Dirceu era o complemento perfeito para a genialidade de Tostão e a combatividade de Piazza.


Na foto: Renato (goleiro do Atlético-MG), Dirceu Lopes e ao fundo Humberto Monteiro (Atlético-MG) e Natal, o "Diabo Loiro".

Com suas jogadas formidáveis, ele abria espaço para os companheiros e desarrumava as defesas adversárias. Por ser torcedor Cruzeirense, tinha gosto especial pelos confrontos contra o time de Lourdes, e através de seus gols decidiu vários jogos, e inclusive a conquista dos Campeonatos Mineiros em 1967 e 1973.

Foto da final do Campeonato Mineiro de 1967: Cruzeiro 3x1 Atlético-MG

Mas foi contra o Santos, que ele brilhou mais. Em 30 de Novembro de 1966, no tão lembrado e 6x2 contra o time de Pelé, Coutinho, Pepe & Cia. Dirceu Lopes fez uma partida extraordinária, e ainda marcou 3 gols, sendo que em um deles, fez com que o experiente goleiro do Santos e da Seleção, Gilmar, ficasse agarrado ao poste, desolado e pasmo, ante a jogada genial de Dirceu. O gol ocorreu após o capitão do esquadrão santista Zito, naquela época, já bicampeão do mundo pela Seleção Brasileira, que, como de costume, havia assumido a responsabilidade de parar o jovem Dirceu foi humilhado. Num lance espetacular, Dirceu recebeu novamente de frente para o gol e deu dois cortes rápidos e desconcertantes no capitão santista, um para a direita e outro para a esquerda, acertando uma bomba na gaveta do também bicampeão Gilmar que, no pulo desesperado para tentar a defesa, acertou a sua própria trave, caindo dentro do próprio gol.
Mais do que uma vitória sobre o Maior Time de Todos os Tempos, o time Celeste ainda deu espetáculo para os mais de 100.000 presentes.

Tostão comemora o gol de Natal no 6x2 de 1966


Nas segunda batalha, no Pacaembu, a história parecia que seria diferente, pois no primeiro tempo o Santos abriu uma vantagem de 2x0 com um dos gols marcados por Pelé. Os paulistas espereavam que o Santos devolvesse a goleada, e já no intervalo procuraram Felício Brandi para marcar o jogo extra, uma vez que consideravam a vitória certa do time do Santos. A velha Raposa, não aceitou evidentemente e numa conversa de vestiário, o time mudou a atitude e virou o jogo para 3x2, com um dos gols do magnífico Dirceu.
Esquadrão que foi vice-campeão da Taça de Prata em 1970.


Com Saldanha no comando da Seleção canarinho, Dirceu Lopes era nome certo para a Copa do Mundo de 1970 no México, mas foi cortado pelo novo técnico Zagallo, que alegou já haver "muitos jogadores para a sua posição" no escrete.
Junto com Tostão, formou uma das maiores duplas ofensivas do mundo, comparável a Pelé e Coutinho, no Santos e Gérson (o canhotinha de Ouro) e Jairzinho, no Botafogo.


Um episódio marcante de sua carreira, aconteceu em São Paulo, aonde o Cruzeiro estava hospedado. Dirceu foi visitado por nada mais, nada menos, do que o Mané Garrincha que afirmou que Dirceu era: "o maior jogador do mundo".Em 1975, sofreu uma grande contusão no calcanhar, rompendo o tendão de Aquiles, e ficou parado por treze meses. Aos 30 anos voltou a jogar e ganhou passe livre. Foi para o Fluminense e, depois, para o Uberlândia, e aí encerrou a carreira.


Dirceu Lopes entregando prêmio ao Fenômeno.

Atualmente, Dirceu é secretário de esportes da prefeitura de Pedro Leopoldo. Também possui três franquias, de escolinhas de futebol do Cruzeiro.
Este ícone da história do Cruzeiro, chamado Dirceu Lopes, foi de uma genialidade notável, e imprescindível para edificar o Cruzeiro de hoje. Ao lado de Tostão, Piazza, Natal & Cia, Dirceu Lopes contribuiu para que o Cruzeiro se tornasse um dos maiores clubes do Mundo.
Dirceu foi um dos responsáveis por firmar o Cruzeiro como sinônimo de time de toque de bola, de classe, de categoria, de futebol limpo e explêndido. Inclusive em sua época surgiu uma expressão numa marchinha de carnaval: "Rápido e rasteiro, como o ataque do Cruzeiro".
Um grande símbolo do futebol arte, Dirceu Lopes Mendes, é, indubitavelmente, uma das maiores estrelas da Constelação do Cruzeiro.

Nome: Dirceu Lopes Mendes
Nascimento: 3/9/1946, em Pedro Leopoldo (MG).
Quando jogou: 14 anos (1963-1977)
Títulos:
Taça Brasil em 1966
Campeonato Mineiro 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974 e 1975.

Marcou 224 gols registrados em 14 anos de Toca da Raposa, marca que o coloca como segundo maior artilheiro na história do clube, atrás apenas de Tostão, que marcou 248 gols.

Titular absoluto de todas as seleções mineiras formadas a partir de 1964 os cronistas o elegeram doze vezes "melhor jogador do ano", e a revista Placar lhe deu três Bolas de Prata como melhor da posição no Campeonato Brasileiro, 1970, 1971 e 1973.

Nos jogos realizados no Mineirão, é o maior artilheiro do Cruzeiro contra o Atlético-MG, assinalou 12 tentos.

2ºJogador que mais vestiu a camisa do Cruzeiro, em 601 oportunidades.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Visão de Lince - Cruzeiro 3x2 Santo André

CRUZEIRO ESPORTE CLUBE 3X2 Esporte Clube Santo André

Cruzeiro: Fábio, Jonathan, Thiago Heleno, Cláudio Caçapa (Leandro Lima) e Diego Renan; Henrique, Fabrício, Marquinhos Paraná e Gilberto (Bernardo); Guerrón (Eliandro) e Thiago Ribeiro.
Técnico: Adilson Batista

Santo André Neneca, Rômulo (Cris), Cesinha, Marcel e Élvis; Ricardo Conceição, Ávine, Júnior Dutra e Marcelinho Carioca (Fernando); Nunes e Pablo Escobar (Eduardo Ratinho).
Técnico: Sérgio Soares

Gols: Guerrón, aos 13 do segundo tempo, Nunes, aos 17, Júnior Dutra, aos 28, Eliandro, aos 38, e Thiago Ribeiro, aos 46.
Cartões amarelos: Gilberto e Fabrício (Cruzeiro); Elvis e Ávine (Santo André).

Público: 19.567 (pagantes). Renda: R$: 302.408,00
Local: Mineirão em Belo Horizonte (MG). Data: 28/10/2009.
Árbitro: Célio Amorim (SC).
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Kleber Lucio Gil (SC).

Motivo: 32ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A.

Mais um teste para cardíaco, emoção até o fim, neste caso até os 46 min do segundo tempo.
O Cruzeiro fez quase tudo o que era necessário ontem no Mineirão. Se impôs, na condição de grande clube, que enfrenta o pequeno, ainda mais quando se joga em seus domínios. Mas não conseguiu colocar a bola no barbante.
A primeira grande chance após a pressão Azul, foi de Diego Renan, o ótimo lateral pegou pela esquerda e atirou cruzado, a bola passou pelo goleiro, mas o beque salvou antes que ela entrasse.
Aos 18 minutos, Jonathan virou o jogo da direita para a esquerda, aonde estava Gilberto, o Maestro aparou a redonda e mandou o balaço que explodiu no travessão.
Pouco depois Guerrón recebeu um passe na esquerda, dentro da área, livre. Após a saída do goleiro, ele bateu de chapa, a bola fez uma curva e deu a impressão que entraria no ângulo, mas saiu. O Cruzeiro acabara de perder um gol feito, porque o jogador Azul queria fazer um golaço, num jogo que ainda estava 0x0.
Aos 29, Gilberto fez ótima jogada e cruzou para Guerrón, mais uma vez livre, e ele testou pela última linha, como se fosse um zagueiro.
Com 33 minutos, Diego Renan avançou pela canhota, e deu um tirambaço à meta paulista, mas a redonda se perdeu pela linha de fundo, com muito perigo.
O Cruzeiro ainda teve tempo de criar mais uma oportunidade, e novamente desperdiçou. Num cruzamento da direita, Thiago Ribeiro, no segundo poste cabeceou pra fora.
O primeiro tempo foi encerrado, em 0x0, mas num jogo onde o Cruzeiro poderia estar goleando.
Na etapa complementar, o panorama não mudou. A Raposa forçava a defesa do Santo André, aos 3 minutos Guerrón mandou uma bomba, que acabou saindo pela linha de fundo.
Um minuto depois, Gilberto mandou um cacete que explodiu na trave mais uma vez.
A pressão era de mais sobre o Santo André, até que num ótimo passe de Jonathan, no meio da zaga, Guerrón penetrou e tocou rasteiro entre as pernas de Neneca, estava aberta a contagem no Gigante da Pampulha aos 13 minutos.
A torcida quase não teve tempo de comemorar, quatro minutos depois, o Santo André alcançou o empate. Num lançamento para a área, Nunes recebeu a pelota e após fugir de um carrinho de Caçapa, limpou e atirou para a meta Celeste, sem chances para Fábio, 1x1.
Com o empate paulista, Adílson tirou Guerrón e colocou o garoto Eliandro, que fazia a sua estréia.
Mas quem se deu bem foi o Santo André, aos 28, apagão na defesa, e Júnior Dutra veio de trás para receber o passe da ponta, e mandou para as redes do Cruzeiro, zebra no Mineirão.
A partir disso, muita gente já começou a pensar no Cruzeiro para 2010, uma derrota para o Santo André em Belo Horizonte era o fim da temporada.
À frente do placar, o técnico do Santo André, Sérgio Soares retrancava a sua equipe, e Adílson tirou Caçapa, com dores e colocou Leandro Lima, deslocando Henrique, que fazia ótima partida, para a zaga.
Em bela cobrança de falta, Gilberto quase empatou aos 36, só que a bola novamente tocou no ferro.
O Cruzeiro foi pra cima no ritmo da torcida, e num passe mágico de Gilberto, o garoto Eliandro escorou o cruzamento mandando a bola no ângulo do goleiro paulista, um belo gol do Cruzeiro aos 38.
A Raposa procurava virar o jogo à todo custo, e foi premiada pela raça. Numa dividida na intermediária paulista, Leandro Lima perdeu a bola numa dividida, Marquinhos Paraná recuperou e soltou de primeira para Bernardo, o garoto que havia entrado no lugar de Gilberto, tocou rapidamente para Jonathan, em posição legal, que fez um cruzamento milimétrico, onde Thiago Ribeiro deu uma chifrada na bola para virar o jogo. Um golaço do Cruzeiro, e explosão no Mineirão. Adílson extravasou com um peixinho na comemoração, sensacional. Uma virada de um time que não se entregou nunca, e que a cada dia se aproxima no mínimo, de disputar a Copa Libertadores da América 2010.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pontapé inicial

O Cruzeiro está mais vivo do que nunca no Campeonato Brasileiro 2009. Sem perder há oito jogos fora de Casa, invicto há 7 jogos, e com 4 vitórias consecutivas (nas quais não sofreu nenhum gol) o Cruzeiro é o time com mais pontos levando em conta o 2º turno. O G-4 está a apenas 4 pontos, e a ascenção Celeste é evidente.
Teremos pela frente agora dois jogos em Belo Horizonte, onde a vitória é imprescindível: Santo André e Fluminense. É de suma importância o triunfo, que poderá deixar a Raposa com 54 pontos e provavelmente no tão sonhado G-4.
A Raposa ainda tem 7 jogos pela frente e todos boas chances de vitória:
Santo André (em Belo Horizonte)
Fluminense (em Belo Horizonte)
Sport (em Recife)
Grêmio (em Belo Horizonte)
Atlético-PR (em Curitiba)
Coritiba (em Belo Horizonte)
Santos (em Santos)

O Cruzeiro ainda contará com os reforços de jogadores que estão voltando ao time após contusão, e estará forte para estas 7 batalhas finais, neste Campeonato Brasileiro que está espetacular.
São jogos perfeitamente possíveis de serem vencidos pelos Celestes, a luta por uma vaga na Libertadores 2010 é uma realidade, resta esperar que os árbitros não interfiram.

domingo, 25 de outubro de 2009

Visão de lince: Corinthians 0x1 Cruzeiro

Sport Club Corinthians Paulista 0X1 CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

Corinthians: Felipe, Alessandro, Chicão, William e Marcelo Oliveira; Jucilei (Edno), Elias e Edu (Boquita); Jorge Henrique, Dentinho (Defederico) e Ronaldo.
Técnico: Mano Menezes

Cruzeiro: Fábio; Jonatahn, Caçapa, Gil e Diego Renan; Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná e Gilberto (Leandro Lima); Guerrón (Fernandinho) e Thiago Ribeiro (Elicarlos).
Téc.: Adílson Batista.

Gols: Gilberto, aos 40 minutos do 1º tempo.
Cartões amarelos: Gil, Fabrício e Fernandinho (Cruzeiro); Felipe e Edu (Corinthians).
Cartão vermelho: Fernandinho (Cruzeiro).

Público: 21738 (pagantes). Renda: R$: 705.591,50.
Estádio: Pacaembu em São Paulo (SP). Data: 25/10/2009
Árbitro: Pericles Bassols Pegado Cortez (RJ)
Auxiliares: Ricardo Mauricio Ferreira de Almeida (RJ) e Hilton Moutinho Rodrigues (RJ)
Motivo: 31ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A.

Contra tudo e contra todos o Cruzeiro faturou os paulistanos em jogo morno nesta tarde/noite no Pacaembu.
Adílson optou pelo esquema 4-4-2 para barrar os 3 bons atacantes do Corinthians, e o jogo acabou marcado na primeira etapa por não ter muitas emoções. Os alvi-negros, jogando em casa tentaram honrar sua camisa e os torcedores presentes. Mas, pecaram através de muitos passes errados e também pararam na marcação do Cruzeiro, que não foi espetacular na primeira etapa, mas suficiente para conter as investidas dos paulistanos. O Cruzeiro tentava chegar nos contra-golpes, mas era parado pelos auxiliares do árbitro. Os bandeirinhas de ontem, deveriam ter saído do estádio direto para o oftamologista. Houve 3 impedimentos assinalados incorretamente contra o Cruzeiro, e em todas estas oportunidades o jogador Celeste estaria cara-a-cara com o goleiro do Corinthians.
Num cruzamento de Edu para a área, o Fenômeno mandou para as redes com um tiro certeiro, mas em posição ilegal, e bem marcada pelo bandeira.
O jogo seguiu brando, Guerrón em uma boa jogada pela direita chutou forte no canto esquerdo alto de Felipe, que praticou boa defesa.
Outra boa jogada do Cruzeiro resultou num cruzamento e cabeçada de Fabrício, que o arqueiro alvi-negro não teve problemas para defender. Fabrício no ataque mostra o problema do Cruzeiro: a falta de um centro-avante, a falta de Wellington Paulista.
O primeiro tempo seguiu com forte marcação, mas o Cruzeiro conseguiu abrir o marcador. Thiago Ribeiro recebeu pela ponta-esquerda, sem ter como cruzar, retrocedeu e soltou para Jonathan, este de primeira para Marquinhos Paraná já na direita, ainda fora da área, o motor do Cruzeiro vislumbrou a Fabrício, que por sua vez estava na ponta-direita, cruzou rasante para a área, onde Gilberto, no centro do ataque, escorou para as malhas alvi-negras.
Com 1x0 o Cruzeiro tentou aproveitar os contra-ataques, mas sem sucesso e levou o resultado para os vestiários.
Na volta do intervalo, Adílson tirou Guerrón que esteve um pouco apagado e colocou Fernandinho. O Cruzeiro tornou-se senhor do meio de campo, seus volantes desarmavam com facilidade e os meias passaram a ter boa liberdade para tabelar com os laterais.
Tática inteligente, o Cruzeiro com 5 homens na meia-cancha evidentemente obteve domínio sobre os 3 do Corinthians. Com o meio campo tomado o Cruzeiro passou a jogar tranquilo, no entanto as jogadas não chegavam a levar tanto perigo, pois a Raposa contava apenas com Thiago Ribeiro na frente, sem nenhum "matador".
O Corinthians teve grande chance logo no início, boa jogada de Jorge Henrique e lançamento para Ronaldo, o Fenômeno ajeitou de cabeça para Jorge Henrique que mergulhou para fazer o que seria o gol do empate, mas Fábio operou milagre, uma defesa sensacional do goleiro da Raposa.
Adílson colocou Leandro Lima no posto de Gilberto que não vinha bem, mas esse pouco produziu, pois logo teve que ser deslocado quando o árbitro entrou definitivamente em cena.
O Cruzeiro dominava e se segurava bem nas tentativas do Corinthians, jogava com calma e paciência. Até que o árbitro que já estava nos prejudicando, sendo caseiro ao marcar todas as faltas, expulsou Fernandinho. O meia-celeste esteve envolvido numa discussão com Elias, e tomou o segundo amarelo juntamente com o corinthiano, por já estar amarelado foi para o chuveiro mais cedo. A confusão também teve como envolvidos Marquinhos Paraná que chegou para apartar a discussão entre Fernandinho e Elias, após Diego Renan sofrer entrada criminosa, Marquinhos foi agredido pelo fenômeno Ronaldo que também poderia ter sido expulso. O árbitro já deixara de expulsar Elias numa outra entrada sobre Diego, já no segundo tempo e desta feita também não expulsou. Não bastasse o árbitro operando o Cruzeiro, o outro bandeira também passou a enxergar impedimentos inexistentes no ataque da Raposa, todos resultariam em grande oportunidade de gol.
Com uma a menos, o técnico do Cruzeiro tirou Diego Renan que estava machucado após tantas pancadas e colocou Elicarlos para fechar o time, e deu certo.
Jogando com 14 contra 11 o Corinthians não coseguiu marcar o seu gol, quando passou a enfrentar apenas 10 esboçou uma pressão, mas nada de mais. Apenas um tirambaço de Boquita que passou por sobre o gol de Fábio e saiu pela linha de fundo.
A partida encerrou-se em 1x0 para a Raposa, que foi premiada pela garra e luta no Pacaembu. Destaque para Caçapa, que tirou todas e ainda saiu jogando bem, inclusive tendo chegado ao ataque ao sair driblando do meio campo, mas foi parado com falta, que pra variar o ábitro não deu.
Outro Leão foi Fabrício, jogador que dá gosto de ver utilizando a camisa Celeste. Fábio também foi importantíssimo, passando segurança aos companheiros.
O Cruzeiro chegou à Sexta Colocação, a 6 pontos do líder Palmeiras. Nada é impossível neste campeonato Brasileiro, mas é de se preocupar com a arbitragem de ontem, tomara que não estejam querendo "cortar nosso barato".

Enquanto a bola não rola

Hoje é dia de clássico no Pacaembu, jogo de dois gigantes do futebol brasileiro. Em campo 5 campeonatos Brasileiros, 2 Libertadores, nada mais que 7 Copas do Brasil e muito mais.
Cruzeiro e Corinthians irão se degladiar nesta tarde-noite por motivos diferentes. Os alvi-negros, entrando em campo para honrar sua camisa, uma vez que seus objetivos para 2010 foram alcançados. Os Celestes, correndo atrás da vaga na Libertadores, que pode ficar bem próxima com a vitória hoje, os adversários tropeçaram nas últimas rodadas, a América clama para que o Cruzeiro participe do torneio ano que vem.
Jogar no Pacaembu é sempre complicado, principalmente porque o Corinthians tradicionalmente é um clube que sempre é ajudado pela arbitragem. Jogadores Celestes tem que entrar em campo com espírito de garra, pois não adiantará reclamar do árbitro depois que ele tiver nos garfado (o que espero que não aconteça).
Nesse mesmo Pacaembu, o Cruzeiro líder do Campeonato em 2005 foi muitíssimo prejudicado pelo Sr. Héber Roberto Lopes, que deixou de assinalar penalty's (relamente foi no plural) para o Cruzeiro, deixou de expulsar jogadores Corinthianos e não bastasse isso, marcou o penalty que deu o gol da vitória aos paulistanos, não é necessário explicar que o penalty não existiu.
Hoje é ter calma e paciência, segurar-se bem para frear a linha de frente e sair na velocidade para o ataque, com uma vitória hoje, a Copa Libertadores terá boas chances de contar com o Cruzeiro em 2010.

sábado, 24 de outubro de 2009

Entrando na Toca: 24/10/09

Jogo de despedida de Juan Pablo Sorín

Nesta semana foram divulgados os detalhes da partida amistosa do Cruzeiro contra o Argentinos Juniors, no próximo dia 4, às 21h 50, no Mineirão.
Os portões do Mineirão serão abertos às 18h e o jogo será precedido de um show do Skank, dos cruzeirenses Samuel Rosa e Henrique Portugal, a partir das 19h 30. Os amigos ilustres de Sorín, entre eles ex-atletas e artistas, também disputarão uma partida preliminar.
Jogador muito identificado com o azul e branco do Cruzeiro, Sorín disputará a última partida apenas com a camisa do Cruzeiro, e terá como adversário o clube que o revelou, Argentinos Juniors, e pelo qual torce no país natal. O momento é de despedida, mas o ídolo celeste faz questão de dizer que se trata de um festejo.
São muitos os convidados e as presenças estão sendo confirmadas aos poucos. Sorín já adiantou alguns dos que comparecerão, mas alertou que atletas ainda em atividade não entrarão em campo na preliminar, por prudência.
"A ideia é compartilhar esse jogo com os amigos que fiz em todo o mundo. Desde o Ruy Cabeção, meu parceiro desde 2002, passando pelo Raí, Fred, Conca do Fluminense, Reinaldo do Botafogo, o Petkovic está querendo vir também. Tem muitos jogadores e nós vamos passar os nomes à medida em que forem confirmando", contou.
Da Argentina, Sorín citou os ex-técnicos da seleção Daniel Passarella, José Pekerman, o treinador do River Plate Daniel Astrada, o ídolo uruguaio Enzo Franchescoli, o chileno Marcelo Salas, o peruano Paolo Guerrero, o boliviano Juan Peña e o português Pedro Pauleta, amigos que ele fez durante a carreira.

Fonte: Site Oficial do Cruzeiro

Possibilidades de 3 zagueiros contra os paulistanos

Adílson Batista ventilou durante a semana, a possibilidade de atuar com três beques contra o Corinthians. É um sistema que pode funcionar, a defesa do Cruzeiro tem feito ótimas partidas, principalmente contra Atlético-MG e Botafogo. Os zagueiros tem-se mantido firmes e rechaçado bem os cruzamentos à área.
Os alvi-negros jogam de forma bastante ofensiva, com 3 atacantes. 3 zagueiros é uma boa solução, caso contrário os volantes podem ficar destinados apenas à marcação, prejudicando muito o esquema montado por Batista.
A Raposa, tem que ser esperta como sempre, se quiser vencer o Corinthians no Pacaembu amanhã, jogar contra 12 é sempre difícil.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Constelação do Cruzeiro: Joãozinho

Joãozinho, um craque da escola de Garrincha que atuou com a Celeste mais linda do mundo por muitos anos. Também conhecido por "Bailarino" e por Joãozinho Travolta (apelido dado pelo Vibrante Alberto Rodrigues) devido aos seus dribles desconcertantes e seus gols maravilhosos. Alimentava a torcida com seus espetáculos dentro das quatro linhas, ao deixar os adversários completamente humilhados, sem dúvida o maior driblador que atuou em MG.
Joãozinho nasceu no Cruzeiro, tinha em si enraizadas as carcaterísticas de toque de bola formidável e técnica magnífica oriundas do Cruzeiro Esporte Clube.
O jovem Joãozinho atuou com a camisa Azul 5 Estrelas em meados da década de 70 e por alguns anos na década de 80.
Seus dribles e suas jogadas maravilhosas eram shows à parte nos jogos do Cruzeiro, ao receber a bola na ponta esquerda, a torcida já ficava de pé para assistí-lo, assim como os súditos ficam de pé ante a passagem de um Rei, desta feita o Rei do gingado.
Foi um dos maiores nomes no esquadrão que encantou o país nos anos 70, tendo ajudado a conduzir o clube a 2 finais de Campeonato Brasileiro consecutivas. A primeira em 1974, na qual o time jogou por toda a campanha sem receber salários, e perdeu para o Vasco, para a CBD (que transferiu o jogo de Belo Horizonte para o Rio inexplicavelmente) e não bastasse isso para o ábritro Armando Marques (que anulou um gol alegando impedimento num cruzamento feito da linha de fundo e que resultou no segundo gol do Cruzeiro, marcado por Zé Carlos) e em 1975, na qual foi derrotado pelo Internacional por 1x0 em Porto Alegre.
Os seus dribles eram tão maravilhosos que costumavam deixar os marcadores estirados no gramado. Por diversas vezes, o técnico adversário substituía os marcadores do Travolta para poupá-los de tamanha humilhação.
Uma das vezes em que isso aconteceu foi em 1976, quando o Cruzeiro bateu o Internacional por 5x4 em Belo Horizonte, e o técnico Rubens Minelli trocou Cláudio Duarte por Valdir para tentar para o ponta-esquerda do Cruzeiro. Joãozinho fez uma partida inesquecível com a camisa do Cruzeiro, exibindo muitos dos seus mais famosos dribles sobre os jogadores colorados.
Joãozinho marca um de seus gols contra o Internacional no famoso 5x4 de 1976.

O virtuosismo fazia parte deste genial jogador. Cruzamentos perfeitos, passes, armações e finalizações explêndidas faziam parte de seu repertório.
O atacante Joãozinho ficou destacado por um dos episódios mais conhecidos -se não o mais- da história do clube, um lance de pura malandragem, um gol magnífico, um gol que mudou a história do Cruzeiro, o gol do título de nossa primeira Copa Libertadores da América.
Cruzeiro e River Plate se enfrentaram para decidir quem era o melhor da América em 1976, no primeiro jogo em Belo Horizonte, Joãozinho deu mais um show sobre os portenhos, entre eles o ex-Cruzeiro, Roberto Perfumo. O jogo foi encerrado com goleada Celeste por 4x1, num baile de bola memorável no Mineirão.
Na 2ª partida em Buenos Aires, claramente prejudicado pela arbitragem, o Cruzeiro perdeu por 2x1. Mesmo com saldo superior o regulamento previa uma terceira partida.
O palco escolhido foi o Estádio Centenário de Santiago, no Chile, local onde a Seleção Brasileira foi bi-campeã do Mundo em 1962 ao derrotar a Tchecoslováquia. O Cruzeiro cedeu o empate após estar vencendo por 2x0, mas aos 43, Palhinha recebe o lançamento na meia-lua, depois de entortar o primeiro beque, sofre a alavanca. A certeza do gol de falta tomou conta do Cruzeiro, afinal de contas, o maior cobrador de faltas do mundo, Nelinho, iria fazer o gol do título. O próprio goleiro portenho, Landaburu sabia disso, colocou 8 homens na barreira e esperava operar um milagre. Nelinho ajeitou a pelota na marca e tomava distância para o tiro, até que todos foram surpreendidos por Joãozinho, o Bailarino bateu por cima da barreira, a bola morreu no ângulo do goleiro e o Cruzeiro foi campeão. Um gol espírita, que chegou a ser cômico, pois Nelinho já se preparava para chingar o companheiro pela molecagem. Ao chegar ao vestiário tomou uma bronca, do técnico Zezé Moreira, justamente por ter cobrado a falta que seria batida por Nelinho.
Outro gol notável de Joãozinho e que valeu o caneco foi em 1977, na famosa final do Campeonato Mineiro, em que Antônio Carlos Cerezzo, desrespeitou o campeão da América levando a taça para o vestiário após o primeiro confronto das finais. Joãozinho marcou o 3º gol na vitória por 3x1 na finalíssima contra o Galo, já aos 14 minutos da prorrogação.
O futebol maravilhoso que o Cruzeiro apresentava, desde a década de 60 com Tostão & cia., foi reconhecido pela FIFA, que convidou o clube Celeste para uma excursão pela África em 1980, para que o futebol pudesse ser difundido em todos os continentes, e nada melhor do que o futebol arte do Cruzeiro, sinônimo de futebol brasileiro.
Neste mesmo ano de 1980, Joãozinho marcou um gol sensacional contra o Fluminense. Os tricolores perdiam por 2x1, mas estavam persistindo em busca do empate. Num contragolpe, Joãozinho arrancou pelo meio do campo, avançou em alta velocidade em meio à dois zagueiros, um destes ainda o tentou acompanhar, ao ver isso Joãozinho fez o corte para a esquerda, e então o goleiro saiu aos seus pés, ele então fez o corte para a direita, com a meta escancarada só teve o trabalho de colocar no filó, um dos mais belos gols do Gigante da Pampulha.
Nos anos 80 foi mais uma vez campeão estadual, após ajudar o Cruzeiro golear o Atlético-MG por 4x0 em 1984. Encerrou sua passagem gloriosa pela Raposa em 1986.
Foi um dos grandes injustiçados do futebol nacional, sendo convocado para a Seleção Brasileira poucas vezes. Jogador extremamente habilidoso, Joãozinho teve a carreira encurtada por causa da violência dos adversários. Atualmente, reside no bairro do Eldorado, em Contagem (MG), onde tem uma empresa de táxi.

Sobre Joãozinho:

''(...) Desconheço um jornalista, jogador, dirigente ou técnico de futebol e, até um analista que tenha feito uma descrição exata do que o Joãozinho representa para o futebol, para a Seleção Brasileira e para o povo. Talvez sua mulher fosse mais coerente e feliz para definir o que é o João. (...)
(...) Liberdade para jogar seu futebol antitático, que desequilibra, que é do passado, uma reencarnação do Garrincha, que ninguém acredita que possa voltar de outra forma, na forma de Joãozinho. Um futebol que faz falta à Seleção Brasileira, que acaba com a frustração do povo que gosta de eleger um ídolo que mate a sua fome. (...)"

José Reinaldo de Lima, Ex-centro avante do Galo.

Feliz daqueles que viram Joãozinho jogar, a estes coube ver de perto a melhor concepção do futebol arte. Um jogador de uma categoria notável, de uma capacidade de driblar enorme e maior ainda de dar alegria ao povo. Joãozinho foi um empreiteiro no crescimento do Cruzeiro, e mais ainda, com sua diversão ao jogar futebol, deixou mais felizes milhares de corações Celestes.

Nome: João Soares de Almeida Filho
Data de Nascimento: 15/02/1954, em Belo Horizonte (MG).
Quando jogou: 11 anos (73-81/82-86)
Títulos pelo Cruzeiro:
Copa Libertadores da América 1976;
Campeonato Mineiro: 1973, 1974, 1975, 1977 e 1984.
11º Maior Artilheiro da História do Cruzeiro com 116 gols em 479 jogos (7º Jogador que mais vestiu a camisa Celeste).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Camis 3 09/10


Por enquanto nada de modelos oficiais, apenas a informação que ele já existe e vai ser lançada em novembro para o público. Na loja oficial do clube na internet já é possível adquirir em caráter de pré-venda por R$159,90.Fica aí o link para quem quiser conferir ou comprar uma: http://www.shopcruzeiro.com.br/uniformes/jogo/pre-venda-camisa-reebok-cruzeiro-iii-09-10-c-n-/prod029-0095-852.html
A única dica é a seguinte frase na descrição do produto: "A cor azul se tornou sinônimo do Cruzeiro. A tradicional camisa azul é uma das mais respeitadas dentro do futebol nacional. O campeão brasileiro já vestiu craques como Tostão, Dirceu Lopes e Alex. O manto azul enche de orgulho os torcedores cruzeirenses no Mineirão e em todo o país." . Seguindo esta linha este desenho apareceu na internet, está sendo muito comentado na comunidade do Cruzeiro no Orkut:

É um bom desenho resta ver se haverá aceitação por parte dos compradores.

O futuro de um comandante

Todos nós sabemos que Adilson Batista, conhecido como professor Pardal, não é uma unanimidade entre os torcedores do Cruzeiro. Com a temporada se aproximando do final começam a aparecer rumores sobre seu futuro no clube. Esta semana em uma entrevista ao canal Sportv o meia Fabrício afirmou que é difícil a permanência do comandante para a próxima temporada.

Sua relação com a torcida é um caso a parte, no ultimo jogo contra o Botafogo, ele foi chingado pela torcida ao fazer duas alterações. Porém alguns minutos depois, quando as mudanças surtiram efeito, o treinador foi ovacionado pelos mesmos torcedores. Fora do jogo a torcida se divide entre defensores e agressores ao técnico. Alguns questionam suas mexidas no time, outros a postura excessivamente defensiva que o time adota em algumas partidas. Porém há aqueles que o defendem por tempo indeterminado no comando do time, os motivos: identificação com o clube, um excelente trabalho contra o Atlético-MG e seu aproveitamento(64,2% em 125 jogos) .

Até o momento ainda não foi tomada uma decisão oficial da diretoria, chegou a ser falado na imprensa que haveria um contrato de renovação até 2011, mas nada confirmado.

Para finalizar creio que Adilson Batista deva terminar está temporada no Cruzeiro e dependendo dos resultados obtidos no Campeonato Brasileiro, estamos na briga pelo G-4, sua situação deve ser analisada.Um fato que deve pesar nesta decisão é a difícil tarefa de encontrar um substituto de bom nível e que não esteja com salários inflacionados.

Off-Topic

Juan Pablo Sorín agora é cidadão honorário de Belo Horizonte. Ele recebeu a condecoração nesta terça-feira passada (20 de outubro) em uma cerimônia na câmara municipal. Neste mesmo evento foi anunciado um jogo de despedida contra a equipe que o revelou, o Argentinos Juniores, no Mineirão dia 4 de Novembro.

Off-Topic 2

Com o departamento médico cheio de atacantes, o junior Eliandro deve ser relacionado para a partida contra o Corinthians, em São Paulo. Ele já vem treinando entre os profissionais desde Julho e esta pode ser sua estréia.

domingo, 18 de outubro de 2009

Visão de Lince - Cruzeiro 1x0 Botafogo



CRUZEIRO ESPORTE CLUBE 1X0 Botafogo de Futebol e Regatas

Cruzeiro: Fábio; Gil, Caçapa e Thiago Heleno; Jonathan, Henrique (Fabinho), Leandro Lima (Fernandinho), Marquinhos Paraná e Diego Renan; Thiago Ribeiro e Guerrón (Soares).
Técnico: Adílson Batista

Botafogo: Jefferson; Alessandro, Emerson, Teco e Diego (Rodrigo Dantas); Leandro Guerreiro, Fahel (Batista) e Lucio Flavio Jóbson, Victor Simões (Reinaldo) e André Lima.
Técnico: Estevam Soares.

Gols: Thiago Ribeiro, aos 17 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Marquinhos Paraná, Guerrón, Fernandinho e Fabinho (Cruzeiro); Jóbson e Batista (Botafogo)

Público: 28.504 pagantes (30.126 presentes). Renda: R$ 415.258,81.
Estádio: Mineirão em Belo Horizonte (MG). Data: 18/10/2009.
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (Fifa-RS).
Auxiliares: Marcelo Bertanha Barison (RS) e José Javel Silveira (RS).
Motivo: 30ª Rodada do Campeonato Brasileiro Série A.

Um time jogando para não perder e o outro jogando para não ganhar.
Ao contrário do que se prometia antes da partida, Cruzeiro e Botafogo não fizeram um jogo muito interessante.
Fomos surpreendidos em cima da hora, quando foi informado que Fabrício se juntaria à Gilberto, Wellington Paulista e Leonardo Silva nos desfalques. O volante Celeste foi sacado por precaução para que não agravasse uma contusão.
Devido às muitas contusões e suspensões, o técnico Adílson Batista foi obrigado a modificar seu tradicional 4-4-2 (ou 4-3-1-2), para um 3-5-2, com Thiago Heleno entrando na zaga Celeste. Gil, Thiago Heleno e Caçapa estiveram muito firmes, ontem o veterano esbanjou categoria, tomando a bola dos atacantes e entregando nos pés dos volantes Celestes, com facilidade e somada a alguns dribles. Thiago Heleno começou um pouco desatento, chegou a cortar algumas bolas de canela, mas pode ser o fato da famosa "falta de ritmo".
O Cruzeiro começou em cima do Botafogo, principalmente com as escapadas de Jonathan pela direita e de Diego Renan pela esquerda. O jovem lateral esquerdo mandou um foguete à meta do ex-cruzeirense Jefferson, que a defendeu em dois tempos.
O Botafogo optou por esperar o Cruzeiro, e esteve sufocado pela pressão Celeste. Aos 21, Thiago Ribeiro avançou livre e veloz pela ponta direita, invadiu a área, e quando tentou driblar o goleiro, perdeu a bola para Jefferson, que saiu com muita coragem de sua balisa para fazer a defesa.
Com uma boa jogada de Guerrón pela direita aos 28, surgiu o chute do equatoriano, um balaço que tinha endereço, mas o goleiro alvi-negro espalmou de forma sensacional, concedendo corner.
Com 37, o Cruzeiro teve mais uma chance, novamente com Thiago Ribeiro, que invadiu a área, e de novo, Jefferson agarrou a bola, antes que fosse driblado.
Os cariocas só chegaram através de um chute de Victor Simões que o goleiro Fábio pegou fácil.
Na etapa complementar, o jogo que foi bem movimentado na primeira etapa, caiu o nível. O Cruzeiro parecia um pouco perdido em campo, e o Botafogo se fechava bem quando os mineiros chegavam. Adílson tirou Guerrón, que não estava bem e colocou Soares, e trocou Leandro Lima, que teve atuação razoável por Fernandinho, que voltava de longa contusão.
As substituições surtiram efeito, Fernandinho, jogando como armador fez boa partida, apesar de ainda não estar 100%. A torcida protestou mais uma vez, insatisfeita com as substituições de Adílson, que foram acertadas.
Num contragolpe do Cruzeiro aos 17 minutos, Jonathan soltou para Thiago Ribeiro pelo centro do ataque, na saída de Jefferson, Thiago teve apenas o trabalho de mandar para as redes de General Severiano.
A torcida explodia no Mineirão, fazendo o seu carnaval e alimentada pelo sonho de voltar à Copa Libertadores. Adílson também esbravejou, comemorou muito o gol gritando "toma, toma..." evidentemente devido aos protestos contra ele, mas como saiu o gol a torcida pediu perdão ao treinador, aos gritos de "Adílson! Adílson! Adílson!". Adilson ainda disse na entrevista coletiva após o jogo que aquele não era o espírito de Maradona, que vem comemorando muito os gols de sua seleção.
O Botafogo optou por uma tática que sempre irrita aos torcedores, se defende o jogo todo e só sai para o ataque depois que leva o gol. Foi isso o que o ocorreu, o técnico Estevam Soares, mandou o time à frente na Pampulha, em busca de pelo menos o empate. Já o Cruzeiro optou pela mesma tática do jogo contra o Galo, esperava o Botafogo, defendendo-se em sua intermediária e esperando a oportunidade pra o contragolpe.
Pouco após o gol Celeste, André Lima atirou para o gol de Fábio, o arqueiro Azul fez boa defesa. O jogo caiu ainda mais de produção, o Cruzeiro bloqueava bem as investidas do Botafogo, mas era ineficiente nos contra-ataques.
Aos 36 minutos, Soares ficou desacordado após um choque com o volante botafoguense Batista, e teve que ser retirado do Mineirão numa ambulância. O jogador foi encaminhado ao hospital Life Center em Belo Horizonte, e não teve foi constatada uma lesão mais grave. No entanto, sofreu uma fratura na mão direita, e ficará parado por um mês e meio.
Com a saída de Soares, e uma vez que as três substituições haviam sido feitas, o Cruzeiro ficou com 10 em campo. Assim, os cariocas foram pra cima, com as boas escapadas de Jóbson e Lúcio Flávio, contando sempre com o apoio do lateral Alessandro no ataque, mas pararam na defesa Cruzeirense.
Jóbson chutou fraco e Fábio espalmou para escanteio aos 41. O Botafogo ainda teve uma excelente oportunidade, aos 51 minutos, o último cartucho queimado pelos alvi-negros. Uma falta perigosíssima, cometida sem necessidade, que Lúcio Flávio bateu para muito perto do ângulo direito do goleiro do Cruzeiro e saiu pela última linha. Foi a derradeira oportunidade dos cariocas, e Leonardo Gaciba apitou pela última vez na noite de ontem.
O Cruzeiro não jogou bem, mas venceu, isso é o mais importante. Adílson ganhará reforços para montar o time que jogará contra o Corinthians na próxima rodada e pode muito bem sair com a vitória em São Paulo, colocando de vez o Cruzeiro na luta pelo G-4.

Enquanto a Bola não Rola

Não teremos Dirceu Lopes, Tostão, Piazza e Natal de um lado e nem Garrincha, Nílton Santos, Zagallo e Didi do outro, mas Cruzeiro e Botafogo deverão fazer um bom jogo hoje na Pampulha.
O alvi-negro carioca, de uns anos pra cá, vem lutando somente para não cair, incondizente com a sua tradição, clube que ao lado do Santos, foi um dos maiores do Brasil nos anos 60, contando com 5 titulares na Seleção de 1962, campeã do Mundo no Chile.
O Time da Estrela Solitária não tem opção, não pode jogar pelo empate em Belo Horizonte, terá que vir pra cima do Cruzeiro, é claro que de forma moderada. Certo é, que os cariocas precisam da vitória tanto quanto os mineiros, que ainda almejam a Libertadores, portanto não poderão jogar pelo empate se quiserem fugir da zona de rebaixamento.
Adílson ventilou a informação durante a semana de que poderia jogar com 3 homens de frente, Guerrón, Soares e Thiago Ribeiro. Pouco provável. Os volantes ficariam sobrecarregados e o Cruzeiro não teria um jogador para municiar o ataque com qualidade. Os volantes da Raposa, tem boa saída para o jogo, no entanto, transforma-los em armadores pode não funcionar.
O Botafogo não contará com sua zaga titular nesta tarde, Juninho (ótimo batedor de faltas) e Wellington (ex-Cruzeiro), cumprem suspensão automática. O volante Léo Silva, que passou pelo Cruzeiro também não entrará em campo, uma vez que seu contrato com o Botafogo o impede disso, por ainda estar vinculado ao Cruzeiro.
Dois ex-cruzeirenses irão compor a zaga contra a Raposa hoje, o zagueiro Teco, que passou por Ipatinga, Cruzeiro e mais recentemente Grêmio, e Emerson. O alvi-negro, deverá contar com 3 zagueiros hoje e Victor Simões deverá entrar na vaga de Reinaldo no ataque.
O Cruzeiro tem que se impor hoje no Mineirão, contando com o apoio de sua torcida, tem que atropelar o Botafogo e secar o Inter, para ficar a apenas 3 pontos do G-4.

Provável Cruzeiro:
Fábio; Jonathan, Gil, Cláudio Caçapa e Diego Renan; Henrique, Fabrício, Marquinhos Paraná e Leandro Lima; Thiago Ribeiro e Soares.
Técnico: Adílson Batista.

Provável Botafogo:
Jefferson; Emerson, Teco, Diego Giaretta; Alessandro, Leandro Guerreiro, Fahel e Lúcio Flávio; Jóbson, Victor Simões e André Lima.
Técnico: Estevam Soares.

Árbitro: Leonardo Gaciba (FIFA - RS).
Assistentes: Marcelo Bertanha Barison (RS) e José Javiel Silveira (RS).

Local: Mineirão em Belo Horizonte (MG)
Horário: 18:30
Motivo: 30ª Rodada do Campeonato Brasileiro Série A.

Entrando na Toca: 18/10/09

Desfalques

Wellington Paulista é o desfalque do Cruzeiro para a partida contra o Botafogo e também para as que forem realizadas até o fim do mês. Na última quarta-feira foi confirmada a lesão por estiramento na panturrilha direita, grau 1, que o deixará de fora por duas semanas, podendo chegar até a três. Uma perda irreparável, pois o Cruzeiro não conta com outro "homem de área", outro centro-avante e além disso, Wellington Paulista vinha em ótima fase, e marcando em seguidas partidas.
Cumprindo suspensão por terceiro cartão amarelo, Gilberto é mais uma baixa para a partida contra o Time da Estrela Solitária, para a sua vaga, Leandro Lima deve ser confirmado. Adílson durante a semana cogitou a possibilidade de 3 atacantes, Guerrón, Soares e Thiago Ribeiro, mas deve ter sido apenas para confundir o técnico do Botafogo.
Não bastassem as perdas de Wellington Paulista e Gilberto, o capitão Leonardo Silva, melhor jogador do confronto de segunda-feira, também não entrará em campo contra os cariocas. Leonardo Silva sofre com uma contratura na panturrilha direita e não poderá entrar em campo, contusão semelhante à de Wellington Paulista, mas que, segundo o Dr. Sérgio Freire Jr., levará menos tempo para a recuperação. O substituto de Leonardo Silva, será o experiente Caçapa, que ainda não atuou uma partida inteira como titular. Colocar Caçapa é uma ótima opção, ainda mais quando cogitou-se Thiago Heleno, o que seria uma temeridade.
Gladiador

O atacante Kléber foi operado em São Paulo pelo Dr. Joaquim Grava, cirurgia que foi acompanhada pelo Dr. Sérgio Freire Jr. e que foi um sucesso. Kléber agora entra em fase de recuperação e só volta a atuar em 2010.

Juan Pablo Sorín
O Cruzeiro confirmou o amistoso para a despedida de Juan Pablo Sorín, contra o Argentinos Jrs. no próximo dia 04 de Novembro, no Mineirão. A partida será provavelmente às 21:50 e contará com transmissão da TV aberta. Homenagem justa, ao "Pássaro Azul".

Parabéns Rafael!

Formado nas categorias de base do Cruzeiro, o goleiro Rafael, foi um dos maiores, senão o maior, destaque da Seleção Brasileira Sub-20, que foi derrotada nos penaltys por Gana, na última sexta-feira no Cairo. Além das suas grandes atuações durante todo o campeonato, Rafael foi responsável por duas defesas extraordinárias na disputa de penaltys que decidiu o Mundial. Mesmo com o Goleiro Celeste salvando a pátria em 2 oportunidades, os cobradores não fizeram sua parte, desperdiçaram 3 cobranças. O goleiro era destacado no site da FIFA antes mesmo da finalíssima, matéria que pode-se conferir em: http://www.fifa.com/u20worldcup/news/newsid=1118876.html#selecao+safe+hands .
Parabéns a Rafael, que certamente ostentará a camisa Azul mais bonita do Mundo, seguindo a tradição de Raul, Paulo César Borges, Dida, Gomes, Fábio e muitos outros.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Constelação do Cruzeiro: Nelinho

Um dos maiores cobradores de falta de todos os tempos, o maior de sua época. O lateral que brilhou pelo Cruzeiro e pela Seleção Brasileira tem este título, e até hoje é lembrado no mundo todo.
O excelente lateral-direito Nelinho chegou ao Cruzeiro em 1973, descoberto pelo técnico Orlando Fantoni e proveniente de uma transação do Cruzeiro junto ao Remo do Pará, o curioso é que Nelinho era o lateral-direito reserva, o titular foi contratado pelo Atlético-MG e não vingou.
Nelinho estreou com a camisa do Cruzeiro já se destacando com as bombas que o fizeram inesquecível. O Cruzeiro vencia o Nacional de Muriaé por 3x0, quando na cobrança de um tiro livre, a pelota foi rolada curtinha pra ele, o lateral soltou a bomba no ângulo do goleiro, para fazer 4x0.
Um lateral diferente dos que atuavam em seu tempo, Nelinho destacou-se pela capacidade de apoiar o ataque. Executava dribles com perfeição, assim como os cruzamentos e os lançamentos milimétricos, além de ter sido exímio cobrador de faltas, um dos maiores que o mundo já viu.
O grande radialista, gaúcho, mas que trabalha no RJ, Luiz Mendes, afirma ter criado a expressão "Folha Seca" no seu tempo de narrador (hoje ele é comentarista da Globo-RJ). Inspirado na sua infância no Rio Grande do Sul, ele afirma ter surgido daí a expressão. Enquanto ele e o irmão observavam as folhas secas caírem das árvores no Outono, ficavam apostando aonde elas cairiam. O mesmo aconteciam nestas cobranças de falta, a bola saía do ponto aonde foi colocada, fazia uma curva incrível e inacreditável e morria num local aonde ninguém imaginara. Vale lembrar que a expressão "folha seca" surgiu antes de Nelinho, nos áureos tempos em que o futebol contava com o excelente Luiz Mendes nas narrações. Nelinho foi um dos nomes mais poderosos dentre os que utilizaram a cobrança de falta, no estilo "folha seca".
Chegou ao Cruzeiro numa época muito boa do Clube da Toca, contribuiu muito para que o time pudesse sagrar-se tetra-campeão Mineiro entre 1972-1975, em 1975 foi 9ºTítulo Mineiro conquistado pelo Cruzeiro em 11 anos de Mineirão.
O lateral participou do esquadrão que foi garfado no Brasileiro de 1974, contra o Vasco da Gama no Marcanã (jogo que deveria ter sido realizado no Mineirão, não bastasse isso, Armando Marques nos anulou um gol legítimo, fora outras falcatruas).
Mas foi neste mesmo ano de 74, que Nelinho marcou um de seus gols mais bonitos pelo Cruzeiro e em sua carreira. No jogo contra o Santos, no Morumbi pelo quadrangular final do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro acabara de abrir o marcador, e após a saída santista, Nelinho recebeu a bola após o roubo dela pelos Celestes, avançou pela direita, driblou três adversários e mandou o balaço que beijou as malhas da cidadela peixeira. O incrível, é que o gol foi feito de canhota, surpreendendo à todos, que esperavam mais um tirambaço com a caneta direita mortífera.
Ainda em 1974, as ótimas atuações de Nelinho, lhe proporcionaram a oportunidade de disputar a Copa do Mundo, realizada na Alemanha, tendo sido convocado juntamente com o companheiro de Cruzeiro, capitão do time Celeste e da Seleção, Wilson Piazza. O Brasil fez boa campanha, mas devido ao salto alto de Zagallo, da comissão e de alguns atletas, não conseguiu derrotar a Laranja Mecânica, o Carrossel Holandês de 1974.

No ano de 1975, o Cruzeiro chegou novamente à final do Campeonato Brasileiro, desta feita contra o Internacional, a partida decisiva foi em Porto Alegre. O então goleiro Colorado, Manga, fez uma de suas maiores atuações em todos os tempos, Nelinho cobrou faltas que fizeram as tradicionais curvas (a famosa "folha seca") e que Manga, por milagre e desespero dos Cruzeirenses catou todas.
Neste ano de 75, o Cruzeiro disputou o Torneio Teresa Herrera, da Espanha. Nelinho macou três na vitória por 3x0 frente ao Stoke City, da Inglaterra, e outro no empate cem 3 a 3 na finalíssima contra o Peñarol. O Cruzeiro sucumbiu frente aos uruguaios nos penaltys, mas foi novamente convidado para disputar o torneio em 76, quebrando a tradição do torneio que só permitia aos campeões participarem do torneio do ano seguinte. O motivo do convite foi o encanto causado pela "folha seca" de Nelinho.
No ano seguinte, o Cruzeiro fez campanha notável na Copa Libertadores da América, a qual terminou como campeão. No famoso 5x4 contra o Internacional no Mineirão, Nelinho marcou o gol da vitória, em cobrança de penalty que não deu chances ao goleiro Manga. Nas finais contra o River Plate, teve grandes atuações, inclusive tendo marcado um golaço em Belo Horizonte, na goleada por 4x1 contra os hermanos.
A finalíssima ocorreu em Santiago, no Chile, e o Cruzeiro longe de sua apaixonada torcida, contou com o apoio dos chilenos, que torceram para o Cruzeiro, tendo o jogo sido marcado pelos gritos de: "Brasil! Brasil! Brasil!".Nelinho assinalou o primeiro gol do Cruzeiro, após penalty marcado pelo árbitro e cobrado com perfeição pelo lateral Azul, deslocando o lendário goleiro Landaburu, do River Plate.
A partida estava empatada em 2x2, quando uma falta foi marcada sobre Palhinha na entrada da área do River, já depois dos 40 minutos do segundo tempo.
Nelinho iria tentar o "pé de chumbo" (como dizia o saudoso radialista, Villibaldo Alves), os cruzeirenses tinham a certeza do gol, e o goleiro do River também, visto que colocou nada mais, nada menos do que 9 homens na barreira, Nelinho ajeitou a redonda para o tiro fatal, mas antes que o lateral chutasse à meta, Joãozinho se adiantou e mandou por cima da barreira, surpreendendo o goleiro argentino e todo o time do Cruzeiro, fazendo o gol do título.Após a vitória, juntamente com os companheiros, ajoelhou-se no meio de campo, para fazer uma homenagem, rezando pelo companheiro Roberto Batata, que morreu enquanto o Cruzeiro ainda disputava a Libertadores.

Em 1977, o Cruzeiro chegou novamente à final da Copa Libertadores, e Nelinho marcou o gol na 2ª partida da final, contra o Boca Juniors, em Belo Horizonte, segundo alguns a sua maior bomba em cobrança de falta em todos os tempos, aos 30 do segundo tempo. O Boca havia vencido na Argentina por 1x0 e sofrido o revés pelo mesmo placar em Belo Horizonte, isto implicava em mais um jogo em campo neutro, assim como em 76, mas desta vez o palco escolhido foi o Estádio Centenário em Montevidéu, no Uruguai. O Cruzeiro havia contado com o apoio da torcida chilena em 76 e em 77 isto se inverteu, os uruguaios apoiaram aos portenhos, 0x0 no tempo normal e derrota do Cruzeiro nos penaltys por 5x4.
Neste mesmo ano, Nelinho participou da conquista do Campeonato Mineiro, título que mais o marcou enquanto esteve no Cruzeiro, como afirmou na última segunda-feira (12/10) quando foi homenageado no Mineirão. O Atlético-MG tinha o maior time de sua história (que pra variar não foi campeão de nada), e a decisão numa melhor de três entre Celestes e alvi-negros definiria o campeão. O Atlético venceu o primeiro jogo por 1x0, e após a partida, os atleticanos ousaram levar a Taça do Campeonato para seu vestíário. Desrespeitaram o Cruzeiro que tinha vencido 9 dos últimos 12 campeonatos Mineiros, e atual campeão da Copa Libertadores, tendo ainda sido finalista dos Brasileiros 74/75 e campeão do Brasil em 1966. Toninho Cerezzo afirmou que "enquanto ele, Reinaldo, Marcelo e outros jogassem lá, o Cruzeiro não ganharia mais nada".
Nesta temporada o Cruzeiro havia trazido o uruguaio Revétria, terror do goleiro do Atlético-MG, o argentino Ortiz. Segundo alguns, Ortiz veio para Belo Horizonte após as seguidas derrotas e os muitos gols sofridos frente ao uruguaio que agora defendia o Cruzeiro.
O Galo saiu na frente na segunda partida, mas o Cruzeiro virou com três de Revétria, tendo o jogo sido encerrado em 3x2 para a Raposa e então seria necessário mais um jogo para que o campeonato fosse decidido.
Na terceira partida, o Alvi-negro saiu na frente com Reinaldo, aos 35 do primeiro tempo, o atacante do Galo foi comemorar em frente à torcida do Cruzeiro.
Foi então que o time de Lourdes sofreu com a fúria do Campeão da América. O Cruzeiro foi pra cima, e após Nelinho cobrar um corner com perfeição, Revétria, o gringo, mais uma vez, foi o algoz de Ortiz após dar uma chifrada na redonda.
O empate no tempo normal levou o jogo à prorrogação, na qual o Atlético-MG tinha a vantagem do empate para ficar com o caneco. Mas o Cruzeiro foi lá e arrebatou o troféu, com gols de Lívio e do Bailarino Joãozinho, tendo este marcado o tento aos 14 minutos da prorrogação.
Foi um título heróico, e que marcou muito o eterno lateral do Cruzeiro.

Jogando o fino da bola, Nelinho disputou mais uma Copa do Mundo, em 1978, a Copa da Argentina. Foi nesta Copa, que ele marcou um dos gols mais bonitos de todos os Mundiais, na partida válida pela disputa do 3º lugar, contra a Itália. Nelinho avançou pela meia-direita, ainda na intermediária e soltou a bomba, a pelota fez um curva incrível, o goleiro Dino Zoffi estava pulando para o lado direito, retorna e se estica todo, mas a redonda foi parar à sua esquerda, sem tocar no ferro, um tento inesquecível.

Nelinho disputou 24 jogos com a camisa Canarinho e assinalou 6 gols, fez o seu último jogo pela Seleção em 29/06/1980, no empate contra a seleção polaca por 1x1.
Nelinho foi um dos jogadores mais importantes da história do Cruzeiro, sendo um dos principais responsáveis por levar o nome do Cruzeiro pelo Brasil e pelo Mundo.
Nelinho aposentou-se do futebol no ano de 1988, num jogo amistoso e hoje é cronista esportivo, sendo muito respeitado em todo o país.
Nesta última segunda-feira, em 12/10, antes do confronto de Cruzeiro e Atlético-MG, Nelinho foi imortalizado na calçada da fama do Mineirão, homenagem mais do que justa pelos seus grandes feitos no Gigante da Pampulha.
Uma das glórias do futebol de Minas Gerais, Nelinho será eternamente lembrado pelo futebol que apresentou aqui, e sempre que uma bomba resulta em gol, sempre que uma bola descreve um curva magnífica, sempre que o goleiro fica desolado após não acreditar na trajetória que uma bola descreveu, todos já se recordam dos bons tempos do lateral que vestiu a camisa 5 Estrelas por tantos anos.

Nome: Manoel Rezende de Matos Cabral
Nascimento: 26/07/50, no Rio de Janeiro (RJ).
Quando jogou: 9 anos, 1973-1982
Títulos pelo Cruzeiro: Campeonato Mineiro 1973, 1974, 1975, 1977; Copa Minas Gerais: 1973, 1975, 1979; Copa Libertadores 1976; Copa Rio Branco 1976; Copa Oswaldo Cruz: 1976;
Copa Atlântica: 1976;
Bola de prata brasileira (Placar): 1975, 1979, 1980.
Único defensor a marcar mais de 100 gols, é o 13º Artilheiro da história do Cruzeiro, com 105.gols.
12º jogador que mais vestiu a camisa do Cruzeiro, isto ocorreu em 410 oportunidades.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Visão de lince: Atlético-MG 0x1 Cruzeiro

Clube Atlético Mineiro 0x1 CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

Atlético-MG: Carini; Carlos Alberto, Benítez, Werley e Thiago Feltry; Jonílson, Márcio Araújo (Ricardinho) , Corrêa e Evandro (Alessandro); Éder Luís e Rentería (Pedro Oldoni).
Técnico: Celso Roth.

Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Gil, Leonardo Silva e Diego Renan; Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná e Gilberto (Elicarlos); Thiago Ribeiro (Leandro Lima) e Wellington Paulista (Guerrón).
Técnico: Adílson Batista.

Gols: Wellington Paulista, aos 11 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Renteria e Jonílson (Atlético-MG) Gilberto, Gil e Fábio (Cruzeiro).

Público: 45.959 (pagantes). Renda: R$ 822.435.
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Data: 12/10/2009.
Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho.
Auxiliares: Roberto Braatz (RJ) e Vicente Romano Neto (ES)
Motivo: 29ª Rodada do Campeonato Brasileiro Série A.

Valeu pela raça a vitória no confronto tradicional contra os alvi-negros de Lourdes. O Cruzeiro não confirmou a sua supremacia em campo como fez nas outras partidas do ano em que atuou com o seu time titular nos jogos contra o Galo. Isto se deve às mexidas arriscadas de Adílson Batista, que comentaremos abaixo.
Com presença e atuação espetacular da torcida Celeste, a tarde desta segunda-feira última, feriado nacional, ficou mais bonita com a festa Azul no gigante da Pampulha. A torcida do Cruzeiro fez o seu papel e empurrou o time, apoiando-o nos momentos difíceis do jogo.
A Raposa começou em cima do Galo, os atacantes do Cruzeiro juntamente com os volantes, fizeram pressão na saída de bola do Atlético-MG, restando ao rival apenas os chutões.
O Cruzeiro fez valer o seu tradicional toque de bola e envolvia o adversário com boas tramas. Num lançamento magnífico de Henrique, Carini saiu mal do gol e Thiago Ribeiro só teve o trabalho de cabecear a bola, mas o fez de forma incorreta, dando uma de beque.
Mas, a pressão inicial deu resultado, logo aos 11 minutos, o volante atleticano Jonílson foi desarmado pelo Leão do Cruzeiro, Fabrício, que ontem mais uma vez demonstrou toda a sua raça e categoria, o volante Celeste abriu rapidamente pela meia-direita para Thiago Ribeiro, o atacante que sempre atua como um ponteiro (seja ponta-direita ou esquerda), avançou até a extrema direita e fez um cruzamento preciso, perfeito, uma curva magnífica, que pousou frente a Wellington Paulista, que meteu a cabeça nela, e frente a meta escancarada e abriu o marcador. O lado Azul do Mineirão explodiu em festa, a torcida dava mais um show.
Até então o Atlético-MG esperava o Cruzeiro para tentar surpreender nos contra-golpes, utilizando a velocidade de Rentería e Éder Luís, que foram muito bem anulados pelos zagueiros do Cruzeiro. No entanto, após o gol, a tática se inverteu, o Cruzeiro é que esperava o Atlético-MG, tática arriscada, mas que já mostrou eficiência muitas vezes no time treinado por Adílson Batista (inclusive contra o próprio Atlético-MG, no 5x0 em 27/04/2008). O Cruzeiro com Adílson muitas vezes após o gol, faz a opção de esperar pelo adversário para dar o bote e sair rapidamente em contra-ataque, tem funcionado desde o ano passado.
Com 1 a 0 no placar, o Atlético-MG foi pra cima, tinha mais posse de bola, mas incomodou o gol de Fábio apenas duas vezes, num tirambaço de Thiago Feltry de fora da área, que Fábio pegou em dois tempos, e numa bomba de Carlos Alberto que o goleiro Azul pegou de mão trocada, cedendo corner, um dos últimos lances da etapa inicial. O Cruzeiro sentiu muito a falta de Wellington Paulista que saiu machucado, e também pela má atuação do equatoriano Guerrón, o esquema com dois velocistas não funcionou ontem, propiciando domínio atleticano.
No 2º tempo, Adílson Batista fez uma substituição que não me agradou, tirou Gilberto (que sentiu contusão) para a entrada do volante Elicarlos. Gilberto teve atuação boa no primeiro tempo, distribuía bem as jogadas e organizava o time, e Elicarlos entrou para correr com Éder Luís, que ontem esteve numa tarde infeliz. O Cruzeiro passou a jogar sem um homem que organizasse o meio-campo, e passou a cometer o mesmo erro do Atlético-MG na etapa inicial: não tinha um homem para que pudesse ser o armador (o Atlético-MG colocou Evandro para esta função, mas ele não funcionou).
O meio-campo Azul era composto de 4 volantes que saem bem para o jogo, mas daí a serem meias totalmente ofensivos é diferente. A tática adotada por Adílson visava as escapadas rápidas de Guerrón e Thiago Ribeiro nos contra-ataques, mas isto não funcionou, o Atlético-MG foi senhor do meio-de-campo, mas não conseguia criar grandes chances de gol. Visto que Fábio fez apenas 2 grandes defesas na etapa complementar, uma num novo bom chute de Feltry e outra na falta batida por Corrêa. O atacante Guerrón ainda perdeu boa chance para fazer 2x0 ainda no início da etapa derradeira, corner cobrado por Jonathan e o primeiro desvio de Leonardo Silva, Guerrón, livre, não alcançou a bola para mandar ao fundo do gol.
Com a má participação da dupla de ataque, Adílson mecheu novamente, colocou Leandro Lima, que deveria entrar para ser o "Camisa 10", ele jogou muito adiantado, mas melhorou um pouco o desempenho da equipe, mas o insuficiente para grandes chances de gol.
O Galo foi pra cima, colocou Alessandro e Pedro Oldoni nos lugares de Evandro e Rentería, passando a atuar com 3 atacantes. O Cruzeiro, recuado, se defendia como podia, destacando a excelente atuação da dupla de zaga, Gil e o ótimo zagueiro, e melhor em campo, Leonardo Silva.
O ex-Vitória-BA ganhou todas, pelo alto e por baixo, coordenou o miolo de zaga e fazia o rechaço quando necessário, mas em várias oportunidades entregou a bola limpa para os volantes ou laterais com perfeição.
Por falar em volantes, Marquinhos Paraná, depois de algum tempo em queda técnica, voltou a jogar bem, formando bem a trinca com Henrique, que esbanjou vontade e Fabrício, que novamente marcou pela sua raça.
O Cruzeiro esperava o tempo passar e o Atlético-MG se desesperava a cada minuto, o maior domínio da bola não fez com que o Galo fizesse uma pressão insuportável contra a meta de Fábio, o Galo não teve competência para vencer a defesa do Cruzeiro, que esteve em tarde impecável.

A partida emocionante (como todo Cruzeiro x Atlético-MG), apesar do baixo nível técnico foi encerrada com a vitória Azul, o Cruzeiro foi premiado pela boa atuação defensiva e o Atlético-MG, castigado pela ineficiência de seu ataque. Mais uma vitória na carreira de Adílson contra o Galo, o técnico do Cruzeiro só perdeu uma vez, quando atuou com os reservas, em 12/07.
Ao Cruzeiro, que está em clara ascenção, fica a esperança para a volta a Copa Libertadores.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Convocação

Essa mensagem esta no Site oficial do clube e considero importante divulga-la.

Acho que amanha a análise do clássico, o primeiro depois da criação deste Blog, começamos bem.

domingo, 11 de outubro de 2009

Onde a imagem do Cruzeiro resplandece: Cruzeiro 4x3 Atlético-MG - 16/09/07

Véspera de Cruzeiro e Atlético e nada melhor do que relembrar um dos melhores confrontos que os rivais já fizeram em suas histórias, e diga-se de passagem o mais emocionante que eu já acompanhei.

Foi em 16 de Setembro de 2007, que o Cruzeiro enfrentou o Atlético no Mineirão pela 26ª Rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo estava cercado de expectativa, o Cruzeiro era vice-líder do Brasileiro e o Atlético estava fugindo do rebaixamento, o favoritismo pendia para a Raposa, mas a partida não foi fácil, foi muito bem disputada, foi emocionante, foi épica.
Numa tarde de calor no Mineirão, quem aumentou ainda mais a temperatura foi o veterano atacante do Cruzeiro, Roni, que já havia passado pelo Atlético-MG em 2006, onde também se destacou. O Cruzeiro começou em cima do Atlético-MG e logo aos 11, Thiago Heleno tomou a bola de Danilinho na intermediária, e jogou na meia-esquerda para Fernandinho, o lateral-canhoto do Cruzeiro tocou rapidamente para Roni, que invadiu a área alvi-negra e quando todos esperavam o cruzamento para Marcelo Moreno, veio o tiro cruzado de pé direito, que sofreu um leve desvio da perna do lateral atleticano Coelho e que passou entre o goleiro Édson e o poste direito. Estava aberta a contagem no Mineirão, e delírio Azul nas arquibancadas.
A Raposa continou indo pra cima do Galo, e com 23 minutos, o lépido Maicosuel aprontou um salseiro pela ponta-direita, sassaricou em frente à Thiago Feltry, e após passar por este depois de um drible, foi derrubado ainda fora da área, mas caindo dentro dela, o árbitro assinalou penalty, que na verdade foi uma falta cometida fora da área, lance difícil.
Roni que não tinha nada a ver com isso, cobrou com extrema categoria, um chute rasteiro à esquerda do goleiro Édson que pulou para o canto direito, 2x0 para o Cruzeiro com apenas 25 minutos. O experiente centro-avante marcou o seu segundo gol no jogo e já era candidato forte a herói do jogo.
A torcida Celeste fazia seu carnaval e esperava uma goleada, mas o Atlético-MG iniciou sua reação rapidamente. Aos 30 minutos, uma falta para o Galo ainda na intermediária, pelo centro do ataque, Coelho acertou um tirambaço que foi defendido por Fábio e ainda tocou no ferro, a zaga não tirou a bola e o volante Gérson foi quem mandou a bola para o fundo da meta.
Com o gol do Galo, o jogo voltou a ficar em aberto, e ficou sensacional, o Atlético-MG quase empatou após corner cobrado por Coelho e desvio do zagueiro Leandro Almeida dentro da pequena área, mas ele pôs pela última linha.
O Atlético-MG ganhou moral e partiu com tudo pra cima, e aos 37, numa grande jogada de Marcinho pela direita, a zaga cedeu escanteio. Coelho cobrou e apareceu o atacante Marinho, que não jogava há muito tempo e estava recém recuperado de contusão, para colher a cabeçada, a bola morreu no meio do gol, empatando o jogo.
Quatro gols no primeiro tempo, com mais algumas boas oportunidades para as duas equipes, foi apenas o aperitivo para o que seria a emoção do 2ºtempo.
Na etapa complementar o Atlético-MG voltou melhor, a equipe Celeste sentiu o empate após estar vencendo por 2x0 e deu espaço ao inimigo.
Num contra-golpe iniciado após um escanteio mal cobrado pelo Cruzeiro, Thiago Feltry escapou velozmente pelo meio e lançou para Marcinho já dentro da área, Fábio saiu aos seus pés e o árbitro assinalou penalty, que foi inexistente. Assim como Roni, Marinho não tinha nada com isso, e bateu a penalidade da mesma forma que o atacante Celeste, deslocando o goleiro e também no canto direito, aos 12 minutos. Festa alvi-negra no Mineirão e Marinho era outro que postulava o título de herói da partida.
Com a possível vitória, pela primeira vez na história dos rivais, o Atlético-MG estava revertendo uma vantagem de dois gols do maior rival. A reversão de uma vantagem de dois gols neste confronto só ocorreu 3 vezes até hoje, e todas foram efetuadas pelo Cruzeiro, em 1931, 1965 e em 2000.
Logo que o Galo passou à frente, o técnico Dorival Júnior mudou a equipe Azul, colocou a dupla que veio da base da Raposa e que tinha um gosto especial por confrontos contra o Atlético-MG, Kerlon e Guilherme. Para a entrada dos garotos foram sacados Wágner e o boliviano Marcelo Moreno.
O efeito da mudança foi literalmente imediato, na primeira concatenação, Kérlon lançou Guilherme pela meia-direita na intermediária ofensiva -que no 2ºtempo era a que dava para o gol da lagoa da Pampulha-, Guilherme disparou de perna direita, um tiro rasante, e a pelota quicou antes de ir parar no filó. O lado Azul do Mineirão explodiu de alegria após um golaço do Cruzeiro, e Guilherme caía ainda mais nas graças da torcida, ele que sempre deixou sua marca contra o Atlético-MG.
O Cruzeiro passou a pressionar o Atlético-MG com tudo, a virada era questão de tempo. Ela veio aos 32 minutos da etapa final, numa excelente jogada do Cruzeiro. Fernandinho amorteceu o lançamento recebido pela meia-esquerda, fora da área, e tocou a menina para Roni já dentro da grande área, ainda pelo lado esquerdo, ele driblou a Leandro Almeida e trouxe a bola para o meio, possibilitando o chute, Édson espalmou o balaço, mas não pôs a bola para a fora e sim na pequena área, onde estava colocado o herói do jogo, o carrasco Guilherme, que pegou de bate pronto com a perna esquerda fazendo o 4 a 3 para o Cruzeiro.
Assim que a bola entrou, a torcida do Cruzeiro comemorou o gol como poucas vezes se viu até hoje, era a virada da raça, da fibra, do coração.
O Cruzeiro queria ampliar a vantagem, pois neste jogo estava mais do que provado que tudo podia acontecer, dois minutos depois do 4ºgol, foi por pouco que o 5º não apareceu, Guilherme invadiu a área, driblou o goleiro Édson e fez o passe para Kérlon, que atirou para o gol e só não marcou porque Gérson apareceu em cima da linha para salvar.
Com o Cruzeiro vencendo o Galo, o time Celeste pôs o Alvinegro na roda, e dava espetáculo. Kérlon pegou a bola pela ponta direita e fez uma jogada que lhe é característica e foi inesquecível, levantou a bola e começou a carregá-la através de seguidas cabeçadas sem deixa-la cair no chão, era a famosa jogada da foquinha. Enquanto caminhava empinando a bola e prestes a invadir a área -já que o seu marcador, Thiago Feltry, ficou totalmente embaraçado com a jogada e realmente fico tonto- foi atingido por Coelho, numa clara agressão, a falta foi marcada pelo árbitro e um passo mais de Kérlon, seria penalty. A confusão então foi formada, vários jogadores foram ao local da falta, fazer pressão sob Kerlon, que foi defendido pelos jogadores do Cruzeiro. Dizem que Maicosuel inclusive alfinetou os rivais, dizendo que eles iriam cair (após o jogo o Galo ficou a um ponto da zona de descenço). O juiz expulsou Coelho diretamente e o Cruzeiro passou ainda mais a comandar o jogo, não fez o 5ºgol, mas saiu vencedor de um dos melhores clássicos de todos os tempos.
Após o jogo, tentativas desesperadas dos jogadores e do técnico atleticanos de mudar o foco da derrota, tentando culpar Kerlon, por um possível crime, que é o drible. Resta lembrar, que o futebol brasileiro é o mais conhecido no mundo pela sua alegria e seus dribles desconcertantes, a prática do anti-jogo é totalmente condenável.
Nesta segunda-feira, feriado, os velhos rivais se enfrentam novamente, a espera de um excelente jogo é grande. É torcer para que o Cruzeiro lute com dedicação até o último minuto para sair de campo mais uma vez com a vitória em cima do time de Lourdes.

Clube Atlético Mineiro 3x4 CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

Atlético-MG: Édson; Coelho, Leandro Almeida, Vinícius e Thiago Feltry (Vanderley); Thiago Carpini, Gérson, Danilinho e Marcinho; Éder Luís (Lúcio) e Marinho.
Técnico: Leão.

Cruzeiro: Fábio; Mariano, Émerson, Thiago Heleno e Fernandinho; Charles, Luís Alberto, Maicosuel (Jardel) e Wágner (Kérlon); Roni e Marcelo Moreno (Guilherme).
Técnico: Dorival Júnior.

Gols: Roni, aos 11 minutos; Roni, aos 24 minutos; Gérson, aos 30 minutos; e Marinho, aos 37 minutos do primeiro tempo. Marinho, aos 12 minutos; e Guilherme, aos 16 minutos; e Guilherme, aos 32 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Vinícius, Danilinho, Eder Luís e Coelho (Atlético-MG). Luis Alberto e Fábio (Cruzeiro).
Cartão vermelho: Coelho, aos 35 minutos do segundo tempo (Atlético-MG).

Público: 40697 pagantes. Renda: R$: 757675,00.
Estádio: Mineirão em Belo Horizonte (MG). Data: 16/09/2007.
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR)
Auxiliares: Marco Antônio Gomes (Fifa-MG) e Guilherme Dias Camilo (MG).
Motivo: 26ª Rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2007.

sábado, 10 de outubro de 2009

A Constelação do Cruzeiro: Wilson Piazza


A estrela destacada hoje é Wilson Piazza, que está para o Cruzeiro assim como Nílton Santos está para o Botafogo. Assim como a "Enciclopédia", Piazza só vestiu duas camisas em sua carreira: a do seu clube e a Canarinho.
Wilson da Silva Piazza nasceu Ribeirão das Neves, em 25 de fevereiro de 1943, e foi buscado ainda muito jovem pelo Cruzeiro junto ao Renascença em 1964, uma vez que Hílton Chaves estava contundido.
Piazza se destacou jogando como volante e não saiu mais do time, esteve presente no melhor time da história do Cruzeiro, o que goleou o até então Maior Time de Todos os Tempos, o Santos Futebol Clube, com 6x2 em Belo Horizonte, e 3x2 após estar perdendo por 2x0 no Pacaembu, tendo Piazza sido incumbido de erguer a Taça


Piazza era o capitão do Cruzeiro e foi um marcador incansável de Pelé, e diferentemente dos outros, não jogava batendo no Rei, mas com categoria, tomava a bola com elegância e lealdade, e já passava rapidamente a redonda para Tostão ou Dirceu Lopes, companheiros que o ajudaram a formar a maior trinca que o Cruzeiro já teve.
Uma das maiores partidas de Piazza com a camisa Azul, se não a maior, foi o jogo contra o Santos em 1966. O time Celeste formado por garotos enfrentava o poderoso Santos de Pelé & Cia., quando o Cruzeiro já vencia por 1x0, um lance mágico na partida: Pelé recuou até o meio-campo pedindo a bola, recebeu e ao sentir o marcador se aproximar, girou o corpo em um drible que o marcou na carreira, por geralmente deixar seus marcadores humilhados, todavia, Pelé mal conseguiu ver o eterno capitão Azul que passou sem praticamente tocá-lo, levando consigo a bola e puxando o contra-ataque. O maior jogador de Todos os Tempos ficou parado, observando Piazza se distanciar, sem ao menos esboçar alguma reação, tal era a surpresa de encontrar um marcador limpo, que jogava com categoria, com eficiência e que desarmava magnificamente. Piazza avançou com a redonda e saiu jogando ao entregar a pelota para Dirceu Lopes que comandou junto com Tostão o show do Cruzeiro.
Nas poucas oportunidades em que os Santistas chegaram, Piazza estava lá para frear o maior ataque do mundo.
Na etapa complementar, o Cruzeiro voltou para o jogo vencendo por 5x0 e logo nos primeiros minutos, Pelé pediu a bola e rapidamente apareceu Piazza para o desarmar, com incrível precisão.
Exausto devido ao fato de não conseguir fugir da marcação de Piazza que o desarmava de forma limpa, Pelé cometeu um erro execrável. Agiu de forma suja e desleal ao acertar Piazza, que ficou no gramado se contorcendo em dores. O Maior jogador que o Mundo já teve é que agrediu o seu marcador, só mesmo Piazza para conseguir tal façanha. Ao perceber o ocorrido, o grande zagueiro Procópio Cardoso Neto -um dos melhores, senão o melhor zagueiro que o Cruzeiro teve- foi até o meio-de-campo e acertou uma peitada no Rei, para proteger o companheiro. A partir daí mais um lance histórico: Procópio provou que, se o Santos não podia nos vencer em campo, com certeza não iriam ganhar no grito, afinal como se comprovou em 76, ninguém ganharia do Cruzeiro no grito.
A partida foi encerrada em 6x2 para a Raposa, que mais tarde conquistaria a Taça Brasil ao vencer novamente, desta feita no Pacaembu, por 3x2.

Após as finais contra o Santos, o Cruzeiro ficou mundialmente respeitado pela goleada que aplicou, e no Brasil foi se firmando entre os clubes mais populares, sendo reconhecido por seu toque de bola genial.
Junto com Natal, Tostão, Dirceu Lopes, Raul & cia fez parte do imbatível time do Cruzeiro, pentacampeão Mineiro entre 1965-1969.

Piazza jogou ainda a Copa do Mundo de 1970, para que todos os melhores jogadores pudessem entrar no time, Piazza foi improvisado ao lado de Brito como 4ºzagueiro, para que Clodoaldo fizesse parte do Escrete Canarinho. Deu certo, a Seleção fez bonito e ganhou a Copa ao golear a Itália por 4x1 na finalíssima. Participou e comandou ainda o esquadrão tetra-campeão Mineiro entre 1972-1975.
Em 1974 foi capitão da Seleção Basileira que foi derrotada pela Holanda na Copa da Alemanha.

No ano de 1974, o Cruzeiro sofreu um dos maiores desfalques da história do futebol Brasileiro ao perder o Brasileirão para o Vasco, mas isto é história para o outro dia. O que importa agora é como chegamos à final contra os cruz-maltinos.
O Cruzeiro enfrentou o Santos pela última rodada do quadrangular-final, que definiria o campeão ou os possíveis finalistas em caso de empate entre as equipes do quadrangular.
Mais uma vez em São Paulo, desta vez no Morumbi lotado, o Santos sucumbiu frente à equipe Celeste, e mais uma vez Pelé esteve presente em um baile do Cruzeiro sobre os Paulistas.
O Santos precisava tanto da vitória quanto o Cruzeiro para tentar chegar ao título e Pelé já cogitava a aposentadoria, e nada melhor do que encerrar a carreira como campeão.
O Cruzeiro foi com tudo pra cima do Santos, e marcou 2 gols depois dos 30 do primeiro tempo, e a Esquadra Azzurra queria mais. Aos 37 minutos, Piazza cobrou uma falta lançando Zé Carlos, o "Mestre Zelão" tocara de primeira para Dirceu Lopes que, com explêndida categoria, limpou o lance e marcou o terceiro gol Celeste. O Cruzeiro dava mais um show sobre o Santos, marcando 3 gols em 7 minutos. Era mais uma derrota do Santos frente ao Cruzeiro, seu maior carrasco.

Em 1975, mais uma demonstração do amor de Piazza pelo Cruzeiro: a equipe Azul poderia até perder por 2 gols de diferença para o Independiente, que mesmo assim estaria na final da Copa Libertadores. No entanto, o time argentino venceu por 3x0.
Piazza foi um dos que ficou mais abatido do time, estava envergonhado pela derrota do Cruzeiro por um placar desta elasticidade. Ao chegar ao hotel, sequer havia tirado as chuteiras, e muito menos jantou. Não compreendia e não aceitava a derrota do time Azul, por mais que ele tenha lutado.
A redenção veio na campanha da Libertadores de 1976, já experiente e liderando o meio de campo, juntamente com o eterno companheiro Zé Carlos, Piazza foi também capitão do time que ganhou a Copa Libertadores da América. Na finalíssima Piazza jogou com a categoria e a raça de sempre, e no 2º tempo daquela partida novamente contra argentinos (desta vez contra o River Plate), jogou sob o efeito de infiltração, pedida ao Dr. Ronaldo Nazaré, para amenizar uma dor no púbis.

Piazza afirmou que não sairia e que queria ser campeão da América com o Cruzeiro, e assim o fez, após o lance notável de Joãozinho ao fazer o gol da vitória nos últimos minutos do 2ºtempo contra o River Plate.
Piazza se aposentou no futebol em 1977, e hoje é líder da Federação das Associações dos Atletas Profissionais (Faap), que coordena as atividades de cada Associação de Garantia ao Atleta Profissional (Agaps). Essa entidade se faz presente nove estados do Brasil mais o Distrito Federal, tem como principal objetivo auxiliar ao jogador de futebol após sua aposentadoria, visando à educação do mesmo, para que prossiga em sua carreira.

Foi capitão do Cruzeiro, entre 66 e 76 e ficou marcado pela bela história que escreveu no clube de Belo Horizonte. Toda vez que se citam os melhores jogadores que passaram pelo Cruzeiro, Piazza é sempre um dos primeiros nomes a aparecer, e não poderia ser diferente.
O grande Piazza deu um exemplo de raça, de gana, de categoria, de lealdade, de simplicidade, enquanto jogou com a camisa do Cruzeiro.
Piazza é uma forma de mostrar que futebol não deveria ser só dinheiro, como é hoje, mas é garra, a luta, é jogar com o coração.
Este gigante do Cruzeiro soube honrar esta camisa 5 Estrelas como poucos, eternamente na história do Cruzeiro, eternamente na história do futebol, eternamente Capitão.

Nome: Wilson da Silva Piazza

Títulos: Copa Libertadores da América 1976;
Taça Brasil 1966;
Campeonato Mineiro: 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977.
Campeão Mudial em 1970 pela Seleção Brasileira.
3º Jogador que mais vestiu a camisa do Cruzeiro com 566 jogos, entre 1964 e 1977, tendo assinalado 39 gols.